Com a proximidade da chegada do meu filho a esta bagunça desse mundo e no meu mundo, alguma coisa pelo menos tinha de estar arrumada. O processo de reciclagem interna iniciou-se já algum tempo. Muito esforço, muita mudança interna para poder obter bons resultados e é claro, tomando muita porrada para aprender a dobrar o meu orgulho. Como se o ato de parir estivesse conectado com uma personalidade nova para receber com mais tranqüilidade e serenidade o meu filhote.
Apesar da solidão que faz parte de todo processo de mudança, necessitamos estar “grávidos de chão” como diz a música de Marina Lima. Limpar do coração aquilo que não nos faz mais felizes. Os referênciais mudaram e eu preferi a solidão a quantidade. Hoje, prefiro que me amem "apesar de" e não "porque", a me dedicar na medida certa as amizades e aos relacionamentos e erradicar pessoas cujo julgamento as minhas falhas sejam severos como esta também não falhasse. Cansei da dureza, da crueza, da tirania com que eu sempre julguei as pessoas. Quero uma vida mais leve para mim.
Dói muito terminar relações ou deixar no passado muitas vezes pessoas que gostaria que estivessem compartilhando esse momento especial. Mas, o mundo não é como queremos, e sim como necessitamos. Então nos resta cair de cabeça nas experiências, por mais dolorosas que nos pareçam para que novas decisões e resoluções possam tomar a forma de uma plena existência.
Caio chega em abril de mamãezinha nova.