27 de dez. de 2011

Fé na vida não se compra




Dizem que dinheiro não traz felicidade, manda comprar. Por mais facilidade de consumo que o dinheiro dê, alegria, bom humor e um bom ânimo ainda não estão a venda. Eu juro que fico pasma com a capacidade das pessoas estarem sempre de mau humor mesmo com uma vida saudável e financeiramente abençoada. Conheci pessoas que moravam em bairros da Zona Sul, com casas de campo, filhos com saúde, negócios prósperos e ainda assim ter uma disposição para perturbar a vida daqueles que vivem com muito menos. Pessoas estas, que como eu, possuem uma alegria cigana e tocam suas vidas com dignidade , trabalham com afinco para ter um pouquinho de comodidade.

Creio que o problema e este aí. Nessa alegria que nasce da simplicidade de ter fé na vida e na espiritualidade. A alegria de ver beleza nas coisas simples e saber que dinheiro é importante mas é vc que o ganha, não o contrário. Eu juro que queria muito compreender esse povo estranho que anda de mãos dadas com a insatisfação full time. Ou é muita solidão ou é muito amargor. Nem o sujeito comprando um caminhão de açúcar consegue adoçar o coração, nem todo o prozac do mundo conseguem melhorar o humor da criatura. Ô moléstia!

3 de set. de 2011

Força Motriz

Até a chegada dessa pequena criatura em minha existência, nunca tive muito brio. A vida podia se arrastar e como uma música de Zeca Pagodinho, me levando sem muito planejamento, sem meta, ou talvez a meta fosse mais simples : me manter viva e com a mente funcionando a pleno vapor. O coração, congelado há anos, lá permanecia. Quietinho, batendo baixinho para não perturbar meu cérebro. Desde de dia 23/09/2010, dia do resultado do beta, além de da baita mudança, eu tenho experimentado o que um amor verdadeiro é capaz de fazer. Me transformei em uma leoa, algumas vezes rugindo com exagero, para defender a minha cria e o que eu acredito ser o correto para ela. Exageros a parte, vamos seguindo sãos e salvos de qualquer possível investida.

O amor ainda é capaz de criar universos a parte. Aquecendo, renovando, mantendo, sustentando em momentos de dificuldade a decisão de não esmorecer, mas trazendo a energia vital a tona para reagir, mover e criar uma nova vida...um novo tempo...um novo momento.

19 de jun. de 2011

Transcendência






Quando saí da maternidade a dois meses atrás com meu filho nos braços e uma vontade hercúlea de chorar, não fazia idéia que cuidar de uma criança era algo tão difícil e devastador. Me iludi achando que já sabia tudo sobre bebês, só de ler à respeito. A teoria e prática é um casal que valsa mal, na maioria das vezes.

Além disso, creio que todas nós, que somos mães, convivemos com as pessoas, as quais apelidei de BOCA PROFÉTICA. Seres humanos próximos que insistem em nos dizer as coisas mais horrendas a fim de nos apavorar ao extremo, fato que inerente a maternidade. - "Agora vc vai ver o que é bom", "Não é mole não", "Agora vc vai dar valor a maternidade".

Meu filho foi taxado de ansioso, nervoso, que é insone, mimado entre outras coisas. É... definitivamente a paciencia é algo a exercitado não só para com seu rebento, mas para com as outras pessoas incluindo, é claro, as da familia. Tornando a função mais dolorosa ainda e não agregando nenhum valor positivo ao pânico que é se ver sozinha com um bebê. Na ocasião ainda tive uma reação brutal a anestesia com tremedeiras e calafrios. Achei que não fosse poder cuidar do Caio. Foi uma mudança brusca, deixar de ser a menina dos meus pais para ser mãe. Obtive muita ajuda,de pessoas distantes em níveis afetivos, pessoas das quais nem imaginei que pudessem retribuir de alguma forma, e das que imaginei que obteria ajuda pronta e irrestrita, transformou-se pura decepção. Mais um aprendizado, arduo e profundo. Mas, passa...O tempo é o senhor da razão.

Após dois meses, de muito choro (meu e o Caio), erros e acertos e ajuda dos meus familiares e da Santa Isabel - Santa Vó Bel, recebi os parabéns da pediatra, ele está bem e sobrevivendo a mãe dele (risos). Sim, esse era o meu maior receio, que hora destas por ignorancia pura de marinheira de primeira viagem eu fosse mata-lo acidentalmente. Mas, como diz o ditado "pé de galinha não mata pinto".

Aprendi que não é porque se é mãe que se deixou de ser mulher. Tento tirar pelo menos 10 minutos de folga do meu dia para fazer algo que goste. Hoje, foi escrever esse texto. Já estava com saudades do meu blog, ou um observar um por do sol, tnar um banho decente, ver um programa na TV, beber um cafezinho - pequenos prazeres, correr para fazer a unha das mãos e dos pés.

O segredo é viver um minuto após o outro, sabendo que é um trabalhão, mas que existe uma compensação que é ver um ser humano tomar forma aos seus olhos, hora após hora, dia após dia, mês após mês. São 23:50 de correria para 10 minutos de transcendência.


2 de mar. de 2011

“Ligeiramente grávida, estou grávida de chão”

Com a proximidade da chegada do meu filho a esta bagunça desse mundo e no meu mundo, alguma coisa pelo menos tinha de estar arrumada. O processo de reciclagem interna iniciou-se já algum tempo. Muito esforço, muita mudança interna para poder obter bons resultados e é claro, tomando muita porrada para aprender a dobrar o meu orgulho. Como se o ato de parir estivesse conectado com uma personalidade nova para receber com mais tranqüilidade e serenidade o meu filhote.

Apesar da solidão que faz parte de todo processo de mudança, necessitamos estar “grávidos de chão” como diz a música de Marina Lima. Limpar do coração aquilo que não nos faz mais felizes. Os referênciais mudaram e eu preferi a solidão a quantidade. Hoje, prefiro que me amem "apesar de" e não "porque", a me dedicar na medida certa as amizades e aos relacionamentos e erradicar pessoas cujo julgamento as minhas falhas sejam severos como esta também não falhasse.  Cansei da dureza, da crueza, da tirania com que eu sempre julguei as pessoas. Quero uma vida mais leve para mim.

Dói muito terminar relações ou deixar no passado muitas vezes pessoas que gostaria que estivessem compartilhando esse momento especial. Mas, o mundo não é como queremos, e sim como necessitamos. Então nos resta cair de cabeça nas experiências, por mais dolorosas que nos pareçam para que novas decisões e resoluções possam tomar a forma de uma plena existência.

Caio chega em abril de mamãezinha nova.

24 de jan. de 2011

Deixando Neverland

James, o encanto acabou assim que a verdade surgiu.  É...de fato eu não fui verdadeira, não fui leal, não fui o que esperavas. Não fui. Mas, tu também não fostes. Somos seres humanos em busca da felicidade. Só não fomos felizes, porque estávamos confusos. Não cobre uma perfeição que sempre te disse que não possuía. Sempre falei que era uma peste. Lembra-te ?  E tu me dizias que era médico e monstro. Assim, vestidos de fantasia de peste e o monstro caminhamos as escuras guiados por uma felicidade cigana. Não podes negar que tivemos amor e que no lampejo de algumas horas roubadas durantes semanas e meses fomos felizes. Uma felicidade gigantesca que dói lembrar. Não me culpe pela sua infelicidade. Faça o melhor que puder, assim como faço por aqui carregando vida em meu ventre de alguém que está muito distante do meu coração e de meus ideais. Nos mantemos no nosso dever e decisão. Esse ressentimento eterno, onde todas as frases são destinadas a ti, onde todos os impropérios são destinados a ti ...Não existem, coisas do monstro que habita permanentemente tua cabeça. O ódio vivo pela rejeição que habitava minha alma, não é mais ódio, porque preferi lembrar do amor guardar esta boa lembrança. Dar esse passo não é fácil. Mas, tente entender que não se pode viver com raiva ou ódio de alguém sem que isso não te consuma por dentro. A quantas não andas consumido, sofrido, magoado e confuso ? Viver assim acaba com a possibilidade de vislumbrar uma saída de qualquer situação.
O que existia aqui dentro é finito. Porque sua presença hoje é apenas boa lembrança. Essa missiva tem o teu endereço – esta sim, teu o teu endereço. Desejando que vc possa esquecer os ressentimentos, e finalmente libertar-nos para que ambos encontrem a felicidade em outros universos e finalmente sair de Neverland.
Sylvia

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